Desfazendo Tunnéis de realidade...

Escrever, é Aprender perdendo a Bússola...

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cabeça feita, mente desfeita, idéia sem receita, filho de uma seita, ritual que rejeita, fobia pré-eleita, relaxa e deita! deleita, corpo-ungido-carne-energia-espírito

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vórtex Intempestivo


De acordo com meu relógio desconcertado essa semana segue um curso caótico. Na verdade não é de agora, esse último semestre inteiro está ao deus dará, deve de ser uma espécie de inferno astral provocado pelo desnorteamento quase apocalíptico que um cotidiano controverso produz.

Quando procuro me encontrar e edificar uma posição e traçar planos, é o momento em que se percebe, meu caro amigo, os homens vivem mergulhados num dilúvio de conflitos, tessituras paradoxais infiltradas por efêmeras intensidades dicotômicas, como um efeito turbilhão, frutos da perseguição frenética da massa de ar quente pela massa de ar frio.

 Sinto minha cabeça como um caldeirão efervescente, granadas, minas sub-epiteliais e maquinarias pesadas explodem como vertigens e depressões cognitivas, enquanto a atmosfera do meu crânio é pulverizada por fumaças místicas e magnéticas simulando o ponto culminante de uma Aurora Boreal.

Pilotando na fluência das monotonias siderais a vida como manual é uma experiência intangível, inexprimível e incognoscível, porém, é atemporal como o movimento sem fim da natureza. O juízo do consumo é uma farsa que engana a percepção das retumbantes flamas viscerais, estas jóias acopladas nos nervos, por suas tantas vezes são portais, chaves e cadeados aonde eclodem as transmissões nos vértices e abismos singulares.  Conexões com o software dionisíaco são tesouros maquinais, escondidos e enterrados pelas empoeiradas cortinas do sistema apolíneo e estatal, de nada vale a rispidez de um descortês tirano. Para tanto, mostramos a outra face, somos piratas subversivos, ou colecionadores de loucuras, arqueólogos judiciários promotores da desobediência e da renúncia. Contra a dicção da guerra pura, nosso estratagema é uma batalha travada em entre linhas, intermitente mente nos interditos do pensar e fazer, guerrilha urbana e psíquica é também lúdica e acorporea.
Havia acabado de saltar de duas pontes de hidrogênio, e nesse momento toda minha história universal contingente se desenrolou por instantes gigantescos no palco da minha mente. Eu não existo como molécula única, mas somente encadeado em múltiplas cadeias de variáveis biosféricas, atmosféricas, infosfericas, extratosfericas, linguisticosferas, e mais um monte de porcaria que uma aparente glossolalia ( o que alguns filólogos chamam de dom da palavra e outros psiquiatras estudiosos da linguagem consideram uma manifestação presente na esquizofrenia e na afasia sensorial, já em Coríntios, o apostolo Paulo presenciou o fenômeno da glossolalia religiosa como um dos dons oferecidos pelo espírito santo) fritou meu cérebro num despertar do arrebatamento psíquico. POW! Energias flamejantes se  entrecruzam como duas fitas em forma de oito, porém incompletas, uma molécula de DNA-ADN como duas fitas de energia fisiológica polarizadas num envolvimento de ying e yang, as duas serpentes que escalam o caduceus do grego Hermes. Na Kaballah dragões que se cruzam como serpentes do sol e da lua são chamados de Od e Ob. Canais energéticos de Yesod, masculino e feminino, Adão e Eva. Ou até Pingala e Ida no símbolo em sânscrito. Energia Solaris e Lunaris subindo circulando nesse movimento na coluna vertebral. A linha tênue entre ficção & realidade, liberdade & absurdo.

A realidade de modo consensual é feita de linguagem, nesse caso todas as concepções são fios divinos, de jóias-instrumentos preciosos, pulsando uma freqüência dentro da sinfonia biocósmica. Dei por mim a argumentar durante essa epifania disfuncional cerebral, que se são as máscaras discursivas constroem realidade no sentido de movimentos ideológicos ou utópicos, devemos golpear através delas, e utiliza-las como operações em nosso favor, reinventando continuamente as areias movediças dos territórios deveram compor a cartografia do desejo. Profetizar o Caos e surfar em suas ondas. Revolucionemos nossas moléculas. Por traz de uma fina camada estética materialista as mentalidades nucleares explodem num processo de ebulição em máxima entropia, dentro do caldeirão de feitiços animistas, o qual evoca o estouro de centenas de ogivas heráldicas engatilhando-se umas nas outras, num encadeamento de pensamentos sobre o céu e o inferno, além do bem e do mal, sobre Abraxas e outras cosmogonias vaporizadas na forma de impulsos elétricos em nossos neurônios.


 O grande problema desses últimos tempos é que as preocupam-se demais em pensar o instante futuro, ao invés do presente absoluto, fazendo corroer-se em velhice precoce e pessimismo o instante do agora. Para esse problema uma reflexão me tirou do fundo do poço com a mesma força que uma flecha pode cravar com precisão o crânio de um cara-pálida, nós somente vivemos um instante, e esse é o agora. O bem e o mal são instâncias alternadas, assim como o sedentário e o nômade, o masculino e o feminino, o querer mandar e a submissão, a modéstia e o egocentrismo, todo o dualismo rígido é balela conceitual.

              Se nos limitarmos a pensar a nós mesmos através desses modos de operação nunca nos permitiremos a flutuar na existência, alcançar um patamar maior após escalar escadas prenhas de espinhos e impregnadas por serpentes.

Rasguemos a dualidade em favor da multiplicidade, não mais unidade da complementaridade entre opostos. Implodiremos o parque humano com nitroglicerina afetiva, ao rufar dos tambores e o silvo estridente das sirenes extáticas!


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